quinta-feira, 20 de março de 2008

Para 'jornalista virtual', Second Life não morreu

Pergunte por Wagner James Au aos usuários do universo virtual Second Life. A resposta mais provável à sua pergunta será um estrondoso “quem?”. No entanto, basta citar o apelido de Wagner – Hamlet Au – e com certeza a maioria das pessoas saberá de quem você está falando. Afinal, Hamlet Au – um avatar (representação virtual de um usuário) sempre vestido de branco - é uma verdadeira lenda do mundo cibernético. Hamlet Au é um jornalista virtual que circula entre os personagens do Second Life escrevendo sobre suas histórias, guerras e relacionamentos. Inicialmente contratado pela Linden Labs – a desenvolvedora do programa – Wagner decidiu seguir carreira solo e contar o noticiário do Second Life em um blog chamado Notícias de um Mundo Novo.
Após vários anos viajando por todos os cantos do universo virtual, Wagner James Au – na vida real, um repórter americano com mais de dez anos de experiência na área de tecnologia - resolveu transformar em livro suas aventuras virtuais em um livro. O resultado é “Os Bastidores do Second Life: Notícias de um Novo Mundo”, lançado este mês simultaneamente no Brasil e nos EUA. Na obra, Wagner mostra como muitas das funcionalidades do Second Life acabaram surgindo por puro acaso. A capacidade de voar, por exemplo, só apareceu porque os programadores da empresa acharam muito difícil fazer com que os avatares dos usuários galgassem colinas e encostas. Na seqüência veio a explosão de popularidade, o surgimento de uma economia virtual que movimenta cerca de US$ 1 milhão por dia e o declínio, com a queda no número de usuários. No entanto, para Au, não é possível falar em crise e sim em adaptação. Confira abaixo as opiniões do jornalista mais famoso do Second Life em entrevista ao G1. G1: Como começou o seu envolvimento com o ‘Second Life’? Wagner James Au: Eu já havia visitado a Linden Labs algumas vezes, escrevendo reportagens para revistas de tecnologia. Eles sentiam que estavam criando alguma coisa extremamente diferente do que havia na internet até então, e resolveram contratar alguém para ser um repórter-avatar e documentar a origem desse novo universo. Foi então que nasceu o Hamlet Au, minha versão virtual.
Nenhuma, além da presença de carros voadores, monstros, robôs e esquilos gigantes que falam (risos). Na verdade, os princípios da profissão são os mesmos, não importa o ambiente: citar corretamente as pessoas – não importando o avatar que usem – e mostrar todos os lados de uma história, caso haja um conflito. De certa forma, o Second Life é apenas uma nova ferramenta da profissão, como já foram o e-mail e o telefone celular. Hoje, são indispensáveis. Porque você escolheu como avatar uma versão de Hamlet que se veste de branco? (risos) É uma homenagem a dois grandes ídolos. Um deles do jornalismo, o escritor Tom Wolfe, que só se veste de branco. O outro da literatura e do teatro, o grande William Shakespeare (autor inglês do final do século XVI, criador do personagem Hamlet).

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